Em suas andanças pela feira francesa Maison et Objet, que acaba hoje, o antenadíssimo arquiteto Gustavo Calazans descobriu a cadeira Paulistano com rodízios. E fotografou a novidade, que você vê acima.
A cadeira tem história – foi desenhada em 1957 pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha para o Clube Paulistano e virou ícone. É parte do acervo do MoMA e dos sonhos de consumo de quase todo mundo que é louco por um bom design. Calazans escreveu para o Radar este depoimento sobre a cadeira que não lhe dizia nada, mas acabou ganhando o coração do arquiteto.
“Olha, eu tenho que te confessar que a Paulistano é, para mim, aquilo que os americanos chamam de acquired taste. Eu implicava com a primeira versão de couro e ferro, uma crueza que por um tempo me incomodou bastante. Precisei da estrutura de cromo e do tecido Missoni pra me apaixonar perdidamente por ela, a ponto de comprar a última peça dessa série limitada que a Futon Company ofertou há pouco mais de um ano.
Hoje sou fã da cadeira, que é das mais confortáveis em que já me sentei. Ela nos deixa seguros e entregues, embora tenha um gingado todo brasileiro que é irresistível.
Pensar nela como uma cadeira de trabalho, onde essa mescla do prazer e do ofício sagrado se misturam, pra mim é uma lindeza. Acho que há nela essa simetria, esse estado de espírito que não separa tanto o momento do descanso do momento do trabalho – cria nesses momentos um ritmo muito mais compassado e com curvas menos extremas.
Ficou linda na nova versão! Reconheço ali um exceção à minha própria regra.”