R.I.P. Tomie Ohtake. As redes sociais, ontem, foram tomadas por mensagens de despedida da grande dama das artes. Manifestações espontâneas emocionantes.
Ao longo de cinco décadas de carreira,Tomie conquistou crítica, público e acumulou prêmios.
Nascida no Japão, começou a pintar apenas aos 40 anos. Já morava no Brasil, onde chegou em 1936 para visitar um irmão e por aqui ficou.
No início, seus trabalhos retratavam imagens da natureza e do homem. Depois, as pinturas e esculturas assumiram formas abstratas e ganharam grandes dimensões. “Não gosto de coisas pequenas, nem de pintar com a ponta dos dedos. Uso o corpo todo”, afirmou.
Em 1969, Tomie se recusou a participar da 10º Bienal Internacional de São Paulo, em protesto contra a ditadura militar. Posteriormente, esteve em cinco bienais na capital.
A paisagem urbana das cidades brasileiras conta com 27 obras de Tomie. Quase todas, em São Paulo.
Até o dia de sua internação no Hospital Sirio Libanês, há uma semana, estava lúcida e produtiva. Viveu um século.
Hoje, a cidade que a artista adotou vela seu corpo. A cerimônia, aberta ao público, acontece no Instituto Tomie Ohtake das 8 às 14 horas.
Foto home: Juan Esteves