A Magia das Cores na Casa Cor SP

Diferentes inspirações para o tema do ano “Corpo & Morada” trouxeram cores que destacam muitos dos ambientes da Casa Cor São Paulo 2023. O evento abre hoje, 30 de maio, no Conjunto Nacional e vai até o dia 06 de agosto.

Marcelo Salum ( foto de abertura) usa as cores para valorizar as culturas brasileira e africana tendo como partida o samba em uma parceria com a Casa Riachuelo. A mistura de cores,  definidas a partir da escolha dos pisos, ajuda a contar a história do ambiente. São três modelos diferentes, da Ceusa: Easy, (que traz as cores – três tonalidades de coral e três de verde), Retrô (um ladrilho decorado, que remete às antigas fazendas); e Flakes, que remete aos confetes típicos do carnaval. Em seguida, essas cores chegam às paredes, pintadas em degradê, em duas diferentes cartelas: o coral e o verde, que aparecem também no revestimento de algumas paredes, a partir de painéis com desenhos inspirados na cultura Ashanti, mais especificamente nas formas geométricas dos símbolos Adinkra – executados pela Duratex, com desenho do escritório Marcelo Salum – e aplicados em paredes pontuais, que emolduram algumas obras de arte.

Luiz Otavio Debeus usou as cores nos revestimentos de pisos e paredes e nos tecidos, numa mistura chique e aconchegante, muito característica do seu trabalho: “Criei um estúdio, um pied a Terre, em São Paulo para um casal que não mora na cidade…Eu peguei um universo, uma pegada de elementos africanos, elementos orientais. Uma coisa bem pessoal” explica Luiz. 

Em sua estréia na Casa Cor São Paulo as arquitetas cariocas Adriana Valle e Patricia Carvalho, da Migs Arquitetura, se inspiraram em uma obra da artista plástica Mucky Skowronski. A tela, em tons de azul, é bordada com miçangas sobre desenhos à mão livre. “É um trabalho gráfico e, ao mesmo tempo lúdico, tem um “que” de Burle Max; nos remete ainda ao mar e floresta, cenários do nosso dia a dia no Rio, e que, ainda assim, poderia estar em quaisquer um dos nossos projetos, seja em São Paulo ou em outra metrópole pelo mundo”, explicam Adriana e Patricia.

Em sua quarta participação na Casa Cor, Ricardo Abreu usou a cor rosa, em vários tons, para uma mulher de 64 anos muito segura de si e de suas realizações, e que há dois anos decidiu abraçar sua verdadeira identidade, parando de pintar os cabelos e deixando de temer o envelhecimento. No seu lar, é possível entender as múltiplas nuances dessa mulher moderna e intensa, que sempre gostou do universo lúdico das bonecas, não é adepta às convenções sociais e que deixa qualquer preconceito etarista para trás.

A marcenaria predomina no ambiente da carioca Paola Ribeiro, que pincelou seu espaço com cores nos tecidos, nas obras de arte e na produção super caprichada nas estantes. “Meu trabalho é muito intuitivo e inspirador naturalmente, por isso, todo esse projeto foi trabalhado a partir de um conceito de caixa, fundamentado nos desenhos que fazem alusão aos elementos arquitetônicos …e na Nogueira Flórida da Duratex. Essa madeira, muito comum nos Estados Unidos e Canadá, tem sua nobreza realçada pelos veios e catedrais alongadas e pelo seu tom quente de marrom. É muito bem complementada pelo uso de tons vermelhos escuros, laranjas e uma paleta de rosas claros”

Bruno Carvalho e Camila Avelar, da BC Arquitetos, buscaram uma arquitetura afetiva e sensorial no seu espaço na Casa Cor. Uma reflexão sobre o passado distante, em particular a ancestralidade e a relação primitiva do ser humano com sua primeira habitação. Um dos pontos altos do projeto é a utilização de materiais naturais como a terra e o barro, em conjunto com a escolha da cor magenta da marca LG como elemento arquitetônico principal, estabelecendo uma conexão com as referências de materialidade e técnicas construtivas de arquiteturas ancestrais.

A Très Arquitetura se inspirou no aruá-do-mato, espécie de caramujo existente na Mata Atlântica, para seu ambiente na Casa Cor. A natureza fornece ao caramujo uma casa com características e funções perfeitas para ele – na forma, e no símbolo natural de proporção áurea, carregando consigo a importância de uma morada aconchegante, que o protege. Já o ser humano precisa, ele próprio, construir seu lugar de conforto. Como destaque do espaço a cor rosa do Dekton Umber conversa com a madeira e traz um toque feminino ao ambiente.

 

Luiz Otavio Debeus
Migs Arquitetura
Ricardo Abreu
Paola Oliveira
BC Arquitetos
Très Arquitetura

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