“O espaço era escuro, um pouco triste”, define o arquiteto Sarkis Semerdjian, sócio de Domingos Pascali no escritório paulistano Pascali Semerdjian Arquitetura.
Prova de que um belo projeto pode entrar com sensações na mesma medida em que usa tecnologia e ótimas ideias.
A sala em L ocupa 70 m2 de uma planta que soma 180 m2 no bairro do Itaim Bibi. A madeira entrou para dar uma atmosfera acolhedora ao espaço.
Assim, o piso foi revestido com palitos de cumaru, mesma madeira que aparece em um dos pontos mais atraentes da sala – o painel que vai do piso ao teto e disfarça o pé direito baixo.
Uma porta do painel foi criada especialmente para abrigar a coleção de garrafas de vodka do morador, um jovem executivo do mercado financeiro, que engatou o namoro durante o projeto e acabou se casando, o que exigiu dos arquitetos novas soluções para tornar o apartamento adequado ao casal, o que deu à área íntima mais privacidade, claridade e ventilação.
Os arquitetos também desenharam o sofá e uma série de peças de mobiliário para o apartamento.
O que mas faz sucesso entre os amigos do casal, porém, é a extensa e finíssima bancada de chapa de aço que corre sob a janela, engastada na alvenaria em 8 cm. Mas há outro truque: a parede abaixo da bancada recebeu um enchimento de 10 cm para diminuir o balanço.
Sarkis conta que na noite em que os amigos foram visitar o casal e conhecer o apartamento totalmente remodelado, eles tiraram a prova dos nove: todos se sentaram ao mesmo tempo, lotando a bancada. Ela continuou impávida em seus 3 mm de espessura.
O mesmo princípio foi usado na biblioteca, onde as chapas de aço branquinhas parecem flutar.
A iluminação indireta, com LED, garante luz uniforme e, como diz Sarkis, “muito tranquila”. Claro, não faltou a luminária industrial sobre a mesa. No fim, sem frufrus, apartamento esbanja estilo. E de triste não sobrou nada.
Fotos Fran Parente